quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Matéria Prima Para Fazer Um País

A crença geral anterior era de que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada.

Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no suposto ladrão ou corrupto que teria sido Collor, ou na farsa que é o Lula. O problema está em nós. Nós como povo.

Nós como matéria prima de um país. Porque pertencemos a um país onde a esperteza é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais do que o dólar. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais.

Pertencemos a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal E SE RETIRA UM SÓ JORNAL, DEIXANDO OS DEMAIS ONDE ESTÃO.

Pertencemos ao país onde as empresas em que trabalhamos são papelarias particulares de seus empregados desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos ...e para eles mesmos.

Pertencemos a um país onde nos sentimos o máximo porque conseguimos "puxar" a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos.

Pertencemos a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas fazem "gatos" para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros.

Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso atual Presidente, que recentemente falou que é "muito chato ter que ler") e não há consciência nem memória política, histórica nem econômica.

Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco e beneficiar só a alguns.

Pertencemos a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser comprados, sem fazer nenhum exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada, ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé no ônibus, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar.

Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazemos um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.

Quanto mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do Lula, melhor me sinto como pessoa, apesar de que ainda ontem molhei a mão de um guarda de trânsito para não ser multado.

Quanto mais digo o quanto o Dirceu é culpado, melhor sou eu como brasileiro , apesar de ainda hoje de manhã passei para trás um cliente através de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.

Não. Não. Não. Já basta.

Como "Matéria Prima" de um país, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa.

Esses efeitos, essa esperteza brasileira congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula, é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, eleitos por nós.

Nascidos aqui, não em outra parte... Me entristeço. Porque, ainda que Lula renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.

E não poderá fazer nada... Não tenho nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas enquanto alguém não sinalizar um caminho destinado a erradicar primeiro os vícios que temos como povo, ninguém servirá.

Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa.

E enquanto essa outra coisa não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo, ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados....igualmente sacaneados!!!

É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda... Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.

Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está muito claro...... Somos nós os que temos que mudar.

Sim, creio que isto encaixa muito bem em tudo o que anda nos acontecendo; desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso.

É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castigá-lo, senão para exigir-lhe (sim, exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido.

Sim, decidi procurar o responsável e ESTOU SEGURO QUE O ENCONTRAREI QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.

E você, o que pensa?....

MEDITE!!!!!

Não é de minha autoria/Não sei quem é o autor/Peguei na Rede...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Paulo Barros e a Saga de Viradouro no Reino de Moisés

A Imprensa divulgou que foi a Federação Israelita a entidade que se sentiu no direito de ter sido consultada sobre a oportunidade de a Escola de Samba Unidos do Viradouro apresentar uma alegoria alusiva ao chamado holocausto.

E, tendo recorrido à Justiça, obteve desta o veto que mutilou o conjunto criado por um artista.

Foi uma lamentável atitude cuja arrogância só foi aceita e facilmente compreendida por dois motivos principais:

O brasileiro é um povo que, historicamente, se submete e a influência judaica é incontestavelmente forte.

Com freqüência pesquiso e cada vez mais me surpreendo com o horror do chamado holocausto. Em bancos de dados de imagem, a nível mundial, é possível acessar fotos desse monstruoso evento e é impossível não se surpreender.

Todas as pessoas, no mundo inteiro, que viessem a assistir o desfile principal das escolas de samba do Rio de Janeiro, ao ver passar a Viradouro, se surpreenderiam com aquela alegoria. Garanto que não se arrepiariam apenas, como sugeria o enredo; mas sentiriam seus corações apertados. Talvez, quem estivesse cantando, até parasse um pouco. Arrisco a possibilidade de comentários posteriores em família. Comentários que certamente seriam de simpatia para com o povo que teve por destino viver aquele sacrifício, agora lembrado.

Ao cercear o direito do artista mostrar sua obra, A Federação Israelita prestou um desserviço à causa da divulgação do morticínio de judeus, praticado na Alemanha de Adolf Hitler. Trata-se de assunto que não deve ser escondido nem esquecido.

Tratou-se, portanto, de uma querela equivocada que, de um lado entristeceu um artista e humilhou uma comunidade, além de me ter negado o direito de assistir ao desfile, completo, conforme idealizado por seus legítimos autores, e de outro gerou resultados positivos apenas na aparência para uma entidade que em seu próprio nome ostenta sua origem estrangeira, visto que Israel não é Brasil.

É claro que cada assunto pode ser visto por ângulos diversos. No caso em questão, há razões políticas e históricas antigas e razões práticas atuais. Um caso desses não se esgota apenas com o protesto de uma entidade e uma sentença judicial.

Consola saber que tais iniciativas são obra de sectários intransigentes que, infelizmente, há em qualquer povo. O que se lamenta é que atitudes assim podem fazer com que se passe a crer que ‘os judeus são maus’, ‘os judeus são fortes’, os judeus podem proibir’, ‘os judeus são poderosos’ e outras mitificações que ao longo da história surgiram e não fizeram nenhum bem.

O Problema das Virgens

Outro dia lia o "Carta a uma Nação Cristã" do filósofo ateu Sam Harris. É um livro fininho de leitura agradável, companhia perfeita para se ter na mochila quando se vai para o aeroporto para mais uma ponte aérea; você começa a ler logo após o check-in, faz uma pausa para trocar o protocolar "bom dia" com as comissárias de bordo que te esperam na porta do avião com o melhor sorriso que elas conseguem fazer àquela hora da manhã, outra pausa mais tarde para recusar a barrinha de cereal ou o biscoito de gordura trans, e antes do avião pousar você já terminou.

Então deve ter sido quase na hora da aterrissagem, já chegando ao final do livro, que mais uma vez vi mencionada aquela história de que os terroristas muçulmanos que seqüestraram os aviões no dia 11 de setembro acreditavam que, em troca de seu martírio, seriam recompensados no paraíso com um séquito de 72 virgens. Só que desta vez eu parei para pensar um pouco mais no lado, digamos, prático, deste assunto.

Supondo que a religião islâmica realmente assegure 72 virgens aos que morrem em nome de Alah, será que esta graça está reservada aos mártires ou é estendida a todos os fiéis que adentram o paraíso? E de onde vêm 72 mulheres virgens para cada homem do reino dos céus? São as almas das mulheres que morreram imaculadas que vão ao céu servir os mártires? Se não, o que reserva o céu às mulheres mártires? maridos perfeitos que nunca se esquecem de levantar a tampa da privada? Pensando em todas estas questões decidi pesquisar um pouco mais sobre o paraíso islâmico.

Comecei pelo Alcorão. O livro máximo da religião islâmica não deixa dúvidas de que o paraíso islâmico é um lugar bastante sensual, mas nada é dito sobre a quantidade de virgens que aguarda os eleitos.

"E se deitarão sobre leitos incrustados com pedras preciosas, frente a frente, onde lhes servirão jovens de frescores imortais com taças e jarras cheias de vinho que não lhes provocará dores de cabeça nem intoxicação, e frutas de sua predileção, e carne das aves que desejarem. E deles serão as huris [virgens] de olhos escuros, castas como pérolas bem guardadas, em recompensa por tudo quanto houverem feito. (...) Sabei que criamos as huris para eles, e as fizemos virgens, companheiras amorosas para os justos."

Alcorão, surata 56, versículos 12-40.
(todas as traduções deste texto foram feitas a partir do inglês)

São inúmeras as passagens como esta que mencionam a existência no paraíso de jóias, criados jovens e cheirosos, vinho (uma extravagância, já que o islã proíbe consumir bebidas alcoólicas em vida), rios de leite, rios de mel, rios de água (que costuma ser coisa preciosa nos países muçulmanos), frutas abundantes e moçoilas virgens para fazer "companhia" aos justos... Comparado ao paraíso cristão, com seus anjos assexuados de aparência andrógina tocando harpa e entoando cânticos (quando não estão em missão para destruir alguma cidade ou coisa assim), o céu islâmico parece o Club Med dos paraísos.

Só que diferentemente da Bíblia, que é a única fonte autenticada pela Igreja das palavras de Deus, na religião islâmica o Alcorão é complementado pelos hadiths, uma coletânea de histórias sobre tudo o que supostamente disse ou fez o profeta Maomé durante sua vida, que circularam no boca a boca por mais de um século até serem redigidas em sua forma atual. É aí, nessa barafunda de textos, às vezes antagônicos, que vamos encontrar mais detalhes sobre o paraíso islâmico, incluindo o número de virgens com que os eleitos são agraciados:

"A menor recompensa para aqueles que se encontram no paraíso é um átrio com 80.000 servos e 72 esposas, sobre o qual repousa um domo decorado com pérolas, aquamarinas e rubis, tão largo quanto a distância entre Al-Jabiyyah (hoje na cidade de Damasco) e Sana'a (hoje o Iemem)"

Hadith 2687 (Livro de Sunan, volume IV).

Se esta é a menor recompensa que aguarda os felizardos no paraíso, então é certo que os servos e as virgens não foram parar lá por mérito. Quem sabe fossem candidatos ao inferno (não dizem que "é melhor reinar no inferno que servir no paraíso"?). No caso das virgens isto faria todo o sentido, já que a rotina delas no céu não é moleza; sobre isso escreveu Al-Suyuti, um renomado comentador do Alcorão e estudioso dos hadith, no século XV:

"Cada vez que se dorme com uma huri descobre-se que ela continua virgem. Além disso o pênis dos eleitos nunca amolece. A ereção é eterna. A sensação que se sente cada vez que se faz amor é mais do que deliciosa e se você a experimentasse neste mundo você desmaiaria. Cada escolhido se casa com setenta huris, além das mulheres com que se casou na terra, e todas têm sexos apetitosos."

Para as virgens o paraíso islâmico é mais ou menos como uma versão pornô do mito de Prometheus (aquele do titã que tinha seu fígado devorado todos os dias por uma águia), só que é o hímen das jovens donzelas, e não o fígado do titã, que se regenera perpetuamente.

Se você tem uma ereção permanente e o resto da eternidade nas mãos algumas dezenas de virgens não devem bastar, por isso o paraíso islâmico conta ainda com um local que, cá embaixo seria chamado de "bordel", mas que no paraíso islâmico chamam de "mercado". Segundo os hadith, Maomé teria dito:

"Existe no paraíso um mercado onde não há compra ou venda, mas homens e mulheres. Quando um homem deseja uma mulher ele vai até lá e tem relações sexuais com ela."

Al Hadis, Vol. 4, p. 172, No. 34

Os cristãos, a quem devemos a noção agostiniana de que o mundo físico é impuro, gostam muito de apontar o dedo na cara dos muçulmanos e dizer que o paraíso deles é "liberal" demais. Aí, é a vez dos muçulmanos dizerem aos cristãos que se eles querem mesmo falar sobre sacanagem em livros sagrados é bom que se lembrem que têm teto de vidro. É impressionante quanta energia é gasta na internet nesta troca de citações porno-sacras entre cristãos e muçulmanos; eu imagino que jovens beatos de ambas as religiões aprendam bastante sobre estupro, pedofilia e prostituição nestes sites.

Bem, na defesa dos muçulmanos é justo dizer que como os hadith foram escritos muito tempo depois da morte de Maomé, nem todos eles são considerados genuínos pelos estudiosos islâmicos (segundo eles, por exemplo, o trecho acima é falso). Só que mesmo as passagens consideradas verdadeiras podem ser bastante embaraçosas; em algumas delas o constrangimento dos tradutores fez com que a formosura das virgens fosse minguando até que seus detalhes anatômicos desaparecessem por completo. Eis um bom exemplo:

Versão 1 - por Arberry
Para os tementes aguardam um lugar seguro, jardins, vinhedos, donzelas de seios arredondados (maduros) e um copo transbordante de vinho.

Versão 2 - por Yusuf Ali
Para os justos haverá a satisfação dos desejos em seu coração, jardins e vinhedos, companheiras da mesma idade e um copo cheio de vinho.

Versão 3 - por Rashad Khalifa
Os justos merecerão uma recompensa. Jardins e uvas. Esposas magníficas. Drinques deliciosos.

Surah an-Naba' (78:31-34)

Mas existe uma boa chance de que os tradutores islâmicos nunca mais precisem dissimular a exuberância das virgens. Um livro publicado recentemente na Alemanha e muito bem recebido pela comunidade científica, "Die Syro-Aramaische Lesart des Koran" ("Uma Leitura Sírio-Aramaica do Alcorão"), do professor de línguas antigas Christoph Luxenberg, defende a tese de que muita coisa faria mais sentido nos textos sagrados se os tradutores levassem em conta que o Alcorão não foi escrito apenas em árabe, mas num mix de antigos dialetos aramaicos. Por exemplo, a palavra "hur", que em árabe quer dizer "virgem", em sírio significa "branca". Assim, segundo Luxenberg, as "castas huris de olhos castanhos" descritas no Alcorão seriam na verdade "uvas brancas secas" de "clareza cristalina", uma iguaria bastante apreciada naquela época. Dá para imaginar a decepção dos mártires? Deve ser como comprar uma passagem para um cruzeiro de solteiros e ao embarcar descobrir que não vai ter mulher...

No final o problema das virgens vai ser resolvido com a troca de uma única palavrinha. Nenhum candidato a homem-bomba vai ficar mesmo muito entusiasmado em abandonar esta vida quando souber que sua recompensa por morrer abraçado em dinamite será um suprimento vitalício de passas.

Mas é claro que esta não deveria ser a solução. A continuidade da civilização como a conhecemos não deveria depender da tradução de uma palavra num livro sagrado, ou de distinguir o que de fato disse um homem denominado profeta das fantasias eróticas de um bando de velhos babões. Melhor seria se não houvesse pessoas no mundo dispostas a acreditar literalmente em histórias escritas há milhares de anos, numa época em que a maioria das pessoas sabia tanto sobre o mundo natural quanto provavelmente sabe hoje uma criança da sétima série, e tinha os mesmos temores e superstições infantis de uma criança da quinta série.

Fonte:
http://dragaodagaragem.blogspot.com/2008/02/o-problema-das-virgens.html













quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

ALFABETO FONÉTICO INTERNACIONAL

LETRA

CÓDIGO

A

ALFA

B

BRAVO

C

CHARLIE

D

DELTA

E

ECO

F

FOX

G

GOLF

H

HOTEL

I

INDIA

J

JULIET

K

KILO

L

LIMA

M

MIKE

N

NOVEMBER

O

OSCAR

P

PAPA

Q

QUEBEC

R

ROMEU

S

SIERRA

T

TANGO

U

UNIFORM

V

VITOR

W

WISKIE

X

X-RAY

Y

YANKEE

Z

ZULU

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Entrevista de Fernanda Pires da Silva - A Viagem de JK

Roberto Castro



A empresária Fernanda Pires da Silva, que contratou JK durante o exílio, tem grandes projetos no Brasil. Ex-sócia de Roberto Marinho, da Globo, em fazendas de gado nelore, Fernanda sonha em viabilizar no País o maior complexo de ecoturismo do mundo, em parceria com o arquiteto Oscar Niemeyer. A seguir, sua entrevista à DINHEIRO.

DINHEIROPor que Juscelino viajou secretamente para o Rio de Janeiro no dia em que morreu?
FERNANDA – “Ele teria de estar no Rio para discutir com seu advogado sua participação na minha construtora, a Edec. Ele temia ser acusado de ter dinheiro no exterior. Mas garanto que ele nada tinha.”

Juscelino foi seu sócio na construtora?
“A verdade é que, quando se exilou em Paris, ele não tinha dinheiro e precisava trabalhar para viver. Por isso o convidei para trabalhar comigo. Então deixei meu lugar na presidência da Edec para que ele assumisse o posto. A lei também exigia que, para ser administrador da empresa, ele precisava ter ações. Então lhe doei 100 ações, mas nunca foi um sócio efetivo.”

Ele morreu com dívidas pendentes?
“Sim, o salário que ganhava como executivo dava para comer e morar bem, mas não para fazer política no exílio. Foi então que
ele pediu um empréstimo no Banco Português do Atlântico. Recordo-me ainda quando ele tomou empréstimos com o empresário Sebas-
tião Paes de Almeida, seu ex-ministro da Fazenda. Ele foi a Portugal para que Juscelino assinasse os documentos. Lembro-me ter dito: ‘Como é possível um ex-ministro seu emprestar-lhe dinheiro com juros de 8%?’. Ao que ele me respondeu: ‘Só conhecemos os homens quando caímos’.”

Como Juscelino se comportou como empresário?
“Era um homem dinâmico e carismático, que se comunicava com todos, principalmente os mais humildes, fato pouco freqüente
em Portugal. Todos queriam conhecê-lo, desprovidos de hostili-
dade, embora a imprensa na época o incriminasse injustamente
de cometer irregularidades. Mas devo também reconhecer que
ele era uma negação como empresário, tinha dificuldades de negociação de contratos.”

Qual a razão exata dele não ter dado certo como empresário?
“Eu o vi deitar lágrimas quando se sentia isolado, angustiado pelo desejo de voltar ao Brasil. Mais de uma vez isso aconteceu. Também vi Sara e sua filhas sofrerem muito com as acusações de que Juscelino teria enriquecido ilicitamente. Era esse o clima do seu exílio quando um dia ele foi fazer uma conferência em Nova York e de lá me escreveu uma carta particular que dizia: ‘Estou disposto a tudo, mas não posso viver longe do meu País’. Então pediu demissão.”

Fonte: Revista Dinheiro

http://www.terra.com.br/istoedinheiro/336/economia/336_lado%20empresarial_jk_02.htm


Morte de JK - A Verdade sobre o motivo da viagem


Anderson Schneider

JK foi executivo da Edec, uma das maiores empresas de Portugal. Acima, ele assina mais um contrato de engenharia. Um deles foi o das
obras do Autódromo de Estoril
Hoje unanimidade nacional, Juscelino amargou por 12 anos acusações sobre sua honestidade. Foi cassado em 1964 sob a suspeita de favorecer empreiteiras na construção de Brasília – especialmente a construtora do empresário Marco Paulo Rabello, de uma família de Diamantina, Minas Gerais, assim como JK. O ex-governador Carlos Lacerda chegou a declarar que JK teria acumulado a sétima maior fortuna do planeta. As informações sobre o exílio do ex-presidente, agora reveladas pela empresária Fernanda Pires da Silva, porém, indicam que JK viveu relativamente bem, mas não enriqueceu quando esteve fora do poder. Ele estava exilado em Paris quando Fernanda o convidou para se mudar para Lisboa. “Mas o que eu vou fazer por lá?”, questionou Juscelino. “Trabalhar em nossos empreen-
dimentos”, propôs. O governo de Salazar já tinha negado um visto de permanência ao ex-presidente. Exigiam que ele tivesse um trabalho fixo, com carteira assinada. Na ocasião, Fernanda era dona de 12 empresas, com 3 mil empregados. “Então eu lhe ofereci minha cadeira de presidente da construtora”, relata. JK aceitou de pronto. “Ele não podia ficar parado, precisava trabalhar para viver.” Fernanda testemunhou os problemas financeiros de JK. “O dinheiro que recebia como executivo dava para viver bem em Lisboa, mas não para fazer política no exílio”, prossegue. “Ele precisava estar sempre viajando para encontros da oposição em Paris ou Nova York.” Ela chegou a avalizar um empréstimo bancário que JK tomou para montar sua casa em Lisboa – essa era uma de suas pendências quando morreu. Tam-
bém viu quando o ex-presidente tomou por duas vezes empréstimos com o empresário brasileiro Sebastião Paes de Almeida, ex-ministro da Fazenda em seu governo. “Juscelino contraiu dívidas porque ficou em Portugal mais tempo do que pretendia”, justifica a empresária.
Outro lado pouco conhecido do presidente é o de executivo de negócios. Entre outubro de 1966 e março de 1969, JK tocou a construção de um conjunto habitacional em Lisboa, o bairro de Odivelas, com 8 mil apartamentos. Também construiu um grande complexo turístico na ilha da Madeira. Por fim, participou das negociações para a construção do autódromo de Estoril, outra propriedade de Fernanda. Dinâmico e carismático, conversava com os peões e cobrava resultados. Fernanda mantinha cinco executivos em volta de JK. “Ele era um grande empreendedor, gostava de visitar as obras, mas foi uma negação como administrador”, revela a empresária. “Ele teve dificuldades de negociar bons contratos.” E prossegue: “Eu o vi chorar muitas vezes, angustiado para voltar ao Brasil e enfrentar os militares. Mas um dia ele deixou tudo para trás e voltou ao para seu País para lutar pela democracia. Pediu sua demissão por carta, enviada de Nova York”. Quando Juscelino morreu, era Fernanda quem amargava o exílio no Rio de Janeiro, perseguida pela Revolução dos Cravos. Na ocasião, ela era confidente tanto de JK quanto da esposa Sara Kubitschek, sua amiga desde 1953. “Sara sofria muito com o romance do marido com outra mulher”, revela. E Juscelino? “Ora, morreu amargurado, querendo voltar à política.”

Fonte:http://www.terra.com.br/istoedinheiro/336/economia/336_lado%20empresarial_jk_02.htm

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Arueira, de Geraldo Vandré

Vim de longe, vou mais longe e quem tem fé vai me esperar
escrevendo numa conta prá junto a gente cobrar
no dia que já vem vindo e que esse mundo vai virar.

Noite e dia vêm de longe branco e preto a trabalhar
e o dono, senhor de tudo, sentado e mandando dar,
e a gente fazendo contas pro dia que vai chegar.

Marinheiro, marinheiro, quero ver você no mar
eu também sou marinheiro eu também sei governar.

Madeira de dar em doido, vai descer até quebrar.
É a volta do cipó de arueira no lombo de quem mandou dar.

Mais sobre Atlântida, O Continente Perdido

VIDA NA ATLÂNTIDA

Houve muitas coisas maravilhosas na vida na Atlântida. Ela era bela e, por milhares de anos, harmoniosa. Os atlantes podiam viver por mil anos ou dez anos, se quisessem. Viviam tanto quanto quisessem experienciar a vida em qualquer que fosse a circunstância que desejassem.

Os atlantes não se casavam, do modo como vocês entendem o casamento hoje em dia. Muitas vezes uma união era constituída por um casal por algum tempo, até que um dos membros decidisse partir. Haveria então uma união com outra alma. As uniões raramente se dissolviam por causa da desarmonia, e quando esta existia, o casal ia para um tribunal constituído por uma união de filósofos e geralmente o fator de desarmonia normalmente era solucionado.
Raramente ocorria ali qualquer coisa que não fosse resolvida. Era um tempo de grande paz. Essa era dourada da Atlântida foi um tempo pacífico do qual vocês se lembram vagamente em sua memória longínqua.
Nascer fisicamente era pouco usual na Atlântida porque as pessoas haviam compreendido como deixar seus corpos e voltar quando quisessem. Mas quando as crianças nasciam essa era uma ocasião grandiosa e alegre. Quando uma alma optava por nascer fisicamente, essa era normalmente sua primeira encarnação na Terra. Os pais cuja energia era totalmente compatível com a nova alma eram cuidadosamente escolhidos. Essas crianças eram cuidadas não somente pelos pais, mas por toda a comunidade. Todos os residentes ensinavam, amavam e nutriam a nova alma conforme ela crescia, ajudando-a a entender a Terra e a existência física neste planeta.

Existia um reino animal na Atlântida. Todos os animais viviam em harmonia. Não se devorava a vida para sustentá-la naquele tempo. Os animais que vieram para essa cominidade eram tão alimentados pela energia do amor, da divindade e do poder cristalino, que por sua própria natureza eram diferentes. Se o animal fosse carnívoro, ele não o era mais na Atlântida. Sim, havia uma maravilhosa era dourada de paz.

Os filósofos evoluíam continuamente em seu entendimento filosófico. Eles estendiam seus processos de pensamento para além da vida neste planeta quando começaram a compreender a vida em toda a galáxia. Eles conheciam muito mais de seu sistema solar do que vocês conhecem hoje e compreendiam muito mais coisas acerca do Universo. Eles compartilhavam essa compreensão da vastidão e da beleza da vida com todas as pessoas.

O que se comia na Atlântida? Jamais se pensava em comer carne. Consumia-se frutas, vegetais e nozes. Muitos de vocês têm hoje esse desejo interior, normalmente num momento em que estão em um despertar espiritual superior. Vocês não escolhem internalizar essa vibração; ela tem pouco a ver com adquirir vida, mas sim com aquela vibração dentro de si próprios.
Quando eles comiam, não era para nutrir-se, para sustentar a vida. Havia uma vibração em cada fruto, em cada vegetal e cada flor, pois os atlantes também consumiam flores. Consumiam principalmente não apenas para agradar o paladar, mas pela vibração que se dava em seus corpos. Sua energia freqüentemente era equilibrada dessa maneira porque eles tinham o conhecimento das diversas vibrações.

Desse modo, comer tinha mais a ver com o equilíbrio energético do que com a fome ou a necessidade de sustentar a vida. Jamais eles pensariam em consumir qualquer coisa que não pertencesse à vida vegetal. Por que? Porque esse outro tipo de vibrações não estava em harmonia com as vibrações de seus próprios corpos. Tal ato teria mudado sua vibração para um estado de confusão. Por isso eles eram muito cuidadosos quanto ao fato de que qualquer coisa que consumissem tivesse uma vibração que se harmonizasse com a sua própria. Eles realmente se misturavam com a vibração antes de consumi-la para verificar se era satisfatória. Se não, eles a reverenciavam e a punham de lado.

Os atlantes possuíam um vasto conhecimento e compreensão sobre energia. Eles sabiam como criar a partir de energia pura; por isso podiam criar arte com luz e a forma artística mudava conforme os pensamentos da alma observassem as mudanças da alma. Hoje, vocês nem mesmo começaram a descobrir através da ciência ou da tecnologia o que os atlantes compreendiam acerca da energia. Eles podiam formar a partir de simples energia pura o que quer que fosse necessário para garantir sua existência.

COMÉRCIO GALÁCTICO

A Atlântida era grande, embora a população tenha sido muito pequena por um tempo. Ela chegou a se tornar uma população intergaláctica. Lembrem-se que nós lhes contamos que o Templo da Cura se tornou intergaláctico. Ele era conhecido como o "lugar de cura" deste sistema solar e trouxe uma população intergaláctica, logo uma necessidade de entender as diferentes culturas e as várias energias. A Terra era o lugar em que as almas se intercombinavam e adquiriam uma maior compreensão umas das outras.
A Atlântida possibilitou uma oportunidade que não houvera antes. Não somente era culturalmente avançada, mas tinha um ambiente pacífico que permitia a aceitação de toda a vida. Havia muito pouco julgamento de quem era "melhor’ ou de quem estava "certo". Todas as coisas eram muito bem aceitas do jeito que eram.

Os atlantes não vivenciaram conflitos em sua Idade Dourada; por isso se tornaram mestres da compreensão e do uso da energia. Outros não mais vinham de galáxias distantes para ajudá-los, sim para aprender com essa grande cultura. Os atlantes desenvolveram a tecnologia que atraiu seres de toda a galáxia. Muitos não haviam desenvolvido a tecnologia para viajar para cá, mas os atlantes sim. Eles se tornaram os mestres de seu tempo e deuses do universo, por assim dizer. Eram conhecidos por seu abarcar aberto de todas as coisas e por sua compreensão da vida. Eram conhecidos também por seu belo Templo da Cura. Não temos palavras para transmitir-lhes a beleza, o poder e a simplicidade do Templo de Cura atlante.





COMPREENDENDO AS ENERGIAS VIBRACIONAIS

Vamos falar sobre os sistemas de transporte atlantes. A população era transportada de um ponto a outro através de câmaras de cristal. Quando entravam nessas câmaras suas moléculas eram transferidas de uma câmara a outra. Não havia sistemas de transportes tais como os que conhecemos hoje. Eles faziam viagens espaciais intergalácticas. Embora houvesse espaçonaves físicas, a viagem era freqüentemente feita por meio de transferência energética. Lembrem-se de que os atlantes haviam dominado a energia e a entendiam de um modo como ela nunca havia sido entendida antes ou, então, neste planeta.

Quando as pessoas entendem como usar a energia e compreendem suas formas vibracionais, elas se tornam totalmente ilimitadas. Não há nada que tal pessoa não possa atingir ou criar. A Atlântida tornou-se a Meca desse conhecimento. Os atlantes se tornaram superiores em seu conhecimento em relação aos seres que haviam estabelecido a Atlântida anteriormente. Os fundadores deixaram por legado conhecimento suficiente que, com os recursos humanos, foi capaz de evoluir muito rapidamente. Quando a humanidade não está dissipando suas energias em conflitos, vocês não fazem idéia de quão superior é sua criatividade ou quão longe podem ir suas possibilidades. Nós diríamos a vocês, pelo fato de não estarem querendo deixar de lado seus conflitos interiores, que deixem só os conflitos em seu mundo, vocês não estão conscientes de sua própria grandeza.

A LUTA POR PODER

Infelizmente, chegou o tempo em que os atlantes começaram a utilizar seu conhecimento da energia de modos que começaram a servir a poucos. Esse uso do ego voltado da energia lançou sementes de desarmonia que começaram a crescer. Surgiu a discórdia quanto ao uso apropriado da energia criativa, e então as linhas de divisão cresceram entre os dois lados do rio. Os filósofos, os curandeiros e os comunicadores da margem esquerda e os cientistas e técnicos da margem direita começaram uma luta por poder, pois o mestre havia há muito deixado vago o templo sagrado no centro do "Grande Rio da Vida". A luta pelo poder que durou por vários milênios, finalmente, foi parar nas mãos da comunidade tecnológica e científica. Eles sabiam como manipular a energia para seus próprios propósitos. Cada vez mais eles criavam coisas que não beneficiavam a todos, mas apenas a uns poucos. Aqueles que estavam no poder sentiram que as diferenças culturais refletiam níveis diferentes de compreensão. Sentiram-se superiores àqueles que sentiam a filosofia. Os do lado da ciência e da tecnologia acreditavam que os outros eram inferiores, de uma classe mais baixa, e sendo assim, não tinham entendimento e habilidade para governar.
Os filósofos, isolados em uma área da Atlântida, foram os primeiros a serem atacados pelos da margem "direita" do rio. Vocês perguntariam: "Como isso pode acontecer?" Os líderes da margem direita reuniam os filósofos em uma junta de negócios atlantes. Então eles colocavam um campo de energia em torno dos filósofos que não poderia ser penetrado de nenhum dos lados. Embora tudo tenha sido fornecido para a existência dos filósofos, eles não mais tiveram uma influência na cultura.

Então os líderes começaram a dividir a Atlântida em setores. Eles realocaram diferentes culturas em comunidades isoladas. Campos energéticos foram colocados em torno desses setores a fim de eliminar a comunicação intercultural. Os líderes que passaram ao controle principiaram a utilizar seu conhecimento da energia de uma maneira que sentiam que criariam o que jamais tinha sido criado antes. Eles ficaram intoxicados com o prospecto da criação. Perceberam que, quando se sabe como manipular a energia por meio de uma forma vibracional, a criação não é difícil. Não havia nenhuma limitação nem consideração quanto ao bem comum quando construíram sua tecnologia. Eles erigiram um enorme obelisco de cristal que pulsava com uma energia que subjugava a todos. A população não estava infeliz, ninguém queria se rebelar. Era como se essas energias que dizem: "Você é feliz", fossem aceitas por toda a população. Havia um controle total sobre todos.

Compreendam que os líderes numeravam menos de dez por cento da população - de fato, cerca de 8,9 por cento. Quando o grupo da margem direita começou a tomar o controle, eles ficaram cada vez mais intoxicados com seu próprio poder de criação.

O FIM

Na terceira geração em que a população ficou isolada - cerca de três ou quatro mil anos em sua estrutura de tempo — a Atlântida e sua outrora bela cultura começaram a degenerar-se. Naquele tempo a vibração energética era tão pesada que a terra do continente não era capaz de sustentar o peso. Ocorreram divisões na terra, criando separações e formando novas ilhas. Houve erupções na terra, pois a própria terra não era suficientemente forte para suportar o que estava ocorrendo. O belo Templo da Cura não mais estava funcionando, quando a ciência substituiu os curandeiros. A comunidade intergaláctica não mais visitou a outrora bela Atlântida. Na medida em que o país caía rapidamente em decadência, os atlantes lançaram um grito por ajuda. O próprio povo que era responsável pela destruição, utilizando o que eles acreditavam que fosse seu direito criativo, lançou um grito. Eles disseram: "Nós cometemos um erro enorme.
O que poderá salvar a cultura?" Mas nesse ponto já nada podia ser feito.

Nesse tempo de declínio, a Atlântida estava vazia de espiritualidade. Essa foi a parte mais triste de todas. Não foi o que acontecera cientificamente, o que fora trazido pela tecnologia - nem mesmo o obelisco que subjugara o povo ou os campos energéticos que os separaram. A parte mais triste foi a perda de sua espiritualidade.

Ora, como em todas as coisas, houve sobreviventes. Todos os campos energéticos cessaram de existir. Não havia mais nenhum controle desses campos energéticos, nem entre aqueles que manifestaram desejo de controlá-los. Eles bradaram em agonia ao perceberem o que haviam criado. Os sobreviventes levaram a estória da Atlântida para uma terra distante onde contaram aquilo de que se lembravam. Foi quando foram postos em um estado de animação suspensa que a verdadeira história da Atlântida e de sua grandiosidade vieram à tona. Assim, suas lendas da Atlântida provêm do grupo de sobreviventes que contaram sobre as maravilhas da Atlântida e sobre como sua terra foi destruída.

Havia um grande amor pela população da Terra. Aqueles seres que haviam criado a Atlântida tomaram um punhado de almas que eram as de espírito mais puro e as menos encerradas em seus próprios medos e as transportaram para uma terra distante que ficou conhecida como Egito antigo.

A PROMESSA

Existem muitos mitos referentes à Atlântida, pois o seu tempo foi um grande tempo em seu planeta. Foi o zênite da compreensão da grandeza da humanidade. O mestre que outrora residiu no templo sagrado no meio do Grande Rio fez uma promessa à Atlântida. Essa promessa estabelecia que quando a consciência da humanidade se elevar novamente ao nível da Atlântida no auge de sua Idade Dourada, vocês conhecerão novamente a paz e a beleza. Àquelas almas foi dito que a elas caberia a maior responsabilidade de restaurar à Terra a beleza da Idade Dourada da Atlântida. Se você têm um grande interesse pela Atlântida, então você esteve lá. Se um grande desejo de conhecer mais sobre a Atlântida o persegue, então você esteve lá. Se você sente uma grande responsabilidade pela humanidade, sua alma pode sentir que você tem um débito não pago pelo tempo que viveu na Atlântida. Você pode ter encarnado para ajudar o processo de restauração que agora ocorre. Se, às vezes, você se sente confuso ou em busca de uma direção na vida, então eu lhe diria que você, provavelmente, viveu na Atlântida quando muitas almas foram subjugadas. Foi um tempo muito triste. Os atlantes aqui agora são aqueles que têm mais probabilidade de manter contato com seres intergalácticos. Se você de algum modo se sentem conectado com seres e viagens intergalácticos, então você provavelmente viveu durante aquele tempo.

A ELEVAÇÃO DA ATLÂNTIDA

A Atlântida está se elevando? Sim, porém não como uma massa de terra fixa. É um estado de consciência que existirá bem aqui, bem agora. A Atlântida está em um ponto de consciência. Vocês podem reviver a Atlântida hoje se quiserem, pois o tempo é uma ilusão. O que nós pensamos que vocês irão fazer é a reconstrução da Idade Dourada, mas façam isso da melhor maneira. Talvez vocês venham a ter uma compreensão mais clara da grandeza e da beleza de quem vocês são. Meditem a toda hora, enviem luz a todo momento, rezem com freqüência, amem sempre sem estabelecer condições. Desse modo vocês estarão trazendo de volta a consciência que tinham na Idade Dourada da Atlântida à sua consciência de massa.

Salem, a Grande Luz, através de Diandra

Sobre a Atlântida - Paulo Ianuzzi

A História antiga da humanidade contém algumas lacunas envoltas em mistérios e enigmas ainda não desvendados. Enigmas que despertam no homem contemporâneo uma busca incessante pela sua verdadeira origem e por sua real História! Quem não se sente interessado, curioso ou até mesmo fascinado com o avanço técnico contido na Grande Pirâmide de Quéops, os Moais da Ilha de Páscoa, a construção de Macchu Picchu e a avançada cultura Inca, as Pirâmides Astecas, os complexos Maias e seu perfeito calendário, a arte e eloqüência Grega, os menires Celtas e a Grande sabedoria Veda, somente para citar alguns exemplos?

Um estudo mais aprofundado nos leva a um lugar comum onde a ciência oficial ainda teima em negar (embora os menos ortodoxos admitam claramente) a teoria - para muitos, realidade - do Continente chamado Atlântida, berço da Quarta Raça Raiz!

O continente Atlante situava-se no Atlântico Norte, indo desde a costa da atual Flórida (USA) até as ilhas Canárias e os Açores. Sua cultura era muito avançada. Em muitos pontos, ultrapassava a nossa com facilidade. Oriunda de um aperfeiçoamento e emigração dos remanescentes da Terceira Raça Raiz (Lemuriana), a raça Atlante alcançou rapidamente um patamar elevado em conhecimentos e tecnologia. Esta tecnologia diferia muito da atual em termos de padrão de frequência vibracional. Estava diretamente relacionada com as forças da Natureza e continha aspectos energéticos (metafísicos e radiônicos) e até espirituais unidos numa só Ciência (conceito praticamente impossível de ser aceito e assimilado pela "Ciência" atual).

A raça atlante possuía um desenvolvimento bastante avançado das faculdades ditas paranormais, existindo uma "ligação direta" com outras realidades dimensionais. O conhecimento das Grandes Verdades Cósmicas era aberto, não existindo nada absolutamente velado. Mantinham intercâmbio com culturas provenientes de várias regiões do espaço (civilizações extraterrestres) e com os Seres das Hierarquias do Governo Oculto Espiritual do Planeta. Acredita-se que a tecnologia de construção e manipulação de energias das estruturas piramidais seja de origem extraterrestre, transmitida aos Atlantes , tais como as Pirâmides do Egito e do México (apenas réplicas dos originais atlantes).

Na região conhecida como "Triângulo das Bermudas" existe um vórtice de energia espaço-temporal, gerado possivelmente pela Grande Pirâmide Atlante submersa ali. Neste local, além de outros fenômenos tais como a já rotineira alteração da leitura dos instrumentos de navegação, registram-se também muitas aparições ufológicas. Aliás, os atlantes dominavam máquinas voadoras que pousavam em qualquer parte do planeta, principalmente nas "Pistas de Nazca" no Peru.

Foram encontrados no Egito e, principalmente na cultura Inca, caracteres hieroglíficos e objetos que lembram aeronaves, algumas apresentando as asas em delta! Tais objetos foram testados em túneis de vento, apresentando um comportamento aerodinâmico perfeito!

Os "computadores" atlantes eram os próprios cristais de quartzo, utilizados principalmente como armazenamento de conhecimentos e acionados por poder mental (são os cristais "arquivistas" tão conhecidos dos cristaloterapeutas).

O domínio dos cristais, juntamente com a manipulação de aparelhos radiônicos (a hoje conhecida "pilha cósmica" dos radiestesistas - um conjunto de semi-esferas sobrepostas - foi muito utilizada na Atlântida como arma de grande poder), era um dos pontos fortes de seu conhecimento, uma vez que, aliado a um grande poder mental, era gerado um formidável potencial energético altamente positivo quando bem direcionado, assim como incrivelmente devastador quando errônea e maleficamente utilizado.

Houve um declínio dos padrões éticos, morais etc. que gerou estados vibratórios bastante densos. Aliás, este foi um dos principais (senão o principal) motivos do desaparecimento da civilização das Sete Portas de Ouro, que também fazia uso de tecnologia nuclear. A situação chegou a um estado crítico quando ocorreu a manipulação indiscriminada da engenharia genética, gerando verdadeiras aberrações, conhecidas hoje como os seres mitológicos de algumas culturas, tais como os Titãs da Mitologia Grega. Os Sábios e Sacerdotes Atlantes, prevendo a destruição, emigraram juntamente com os genuínos da Raça para outros pontos da Terra, levando consigo seus vastos poderes e conhecimentos que desde então têm sido passados de boca para ouvido pelos Iniciados, nas "Escolas de Mistério", a fim de que não caiam em mãos dos adeptos do "Caminho da Mão Esquerda" e outros irresponsáveis. Os lugares que já eram Colônias, tais como o Egito, pequena parte da Índia, América Central e do Sul, floresceram rapidamente com a chegada dos Sábios, assessorados por ET's. A principal Colônia, salvaguarda até os dias de hoje, grande parte dos conhecimentos poderosos num local muito bem guardado abaixo da Esfinge e das Pirâmides (construídas pelos atlantes sob supervisão extraterrestre) e em outros Templos ao longo do Nilo, no Egito. Tais "documentos" (os papiros sagrados de Toth) estão prestes a serem descobertos, segundo Edgar Cayce, famoso e conceituado paranormal norte-americano, que vislumbrou em visões tal fato, ainda na primeira metade deste século. Atualmente, descobertas formidáveis têm sido feitas no Egito pelos arqueólogos, constatando novas pirâmides e até um gigantesco Templo (ou palácio) abaixo de uma "moderna" estrutura do período Ptolomaico.

Oficialmente, admite-se hoje que, provavelmente cerca de 55% do Antigo Egito ainda está sob as areias do Deserto e do tempo! E se há muito que desvendar, a hipótese da existência e conseqüente descoberta dos "documentos atlantes", ao contrário de absurda, como ainda teimam alguns céticos, é bastante previsível e até, concreta. Que dizer então das ainda mais enigmáticas civilizações Pré-Colombianas, das quais se conhece muito pouco? Que segredos encerram? E as civilizações da Amazônia? Que escondem as autoridades científicas e governamentais das potências mundiais sobre tais assuntos, num procedimento semelhante ao adotado no fenômeno UFO? Porque existe uma incidência cada vez maior de aparições ufológicas em tais locais?

Associa-se a estes fatores, segundo estudiosos ocultistas, à passagem de um astro de grandes proporções com frequência vibratória baixa, com uma excentricidade de órbita bastante acentuada, passando pelas circunvizinhanças do Sol num período que se encurta cada vez mais. Sua última passagem ocorreu a aproximadamente 6.666 anos (o nº da Besta?) sendo o provável co-responsável pela separação do continente em três grandes ilhas e sua posterior submersão, uma a cada passagem, até a última, Poseidonis (revelada a Platão pelos Sacerdotes de Tebas, no Egito). Tal astro é mencionado exaustivamente pelos atuais espiritualistas pela sua importância no momento de "Transição de Eras" que o Planeta atravessa. A NASA, Agência Espacial Americana, confirmou uma perturbação considerável nas órbitas dos planetas exteriores (Urano, Netuno e Plutão) descoberta no início dos anos setenta. "Esta perturbação de natureza gravitacional", sugere a NASA, "é provavelmente causada por algum corpo não identificado e de proporções consideráveis". Acredita-se que atualmente, final dos anos noventa, sua posição seja bem mais próxima do Sol (embora a ciência negue a existência de tal corpo celeste). Embora as conjecturas apresentadas não sejam suficientes para provar a existência da Atlântida e sua cultura (a qual originou nossa 5º Raça Raiz, Ariana), elas são fortes em seu conteúdo e estão presentes nas tradições milenares de antigas civilizações e nos seus registros tais como os egípcios, vedas, e atuais tibetanos além das Escolas esotéricas, ocultistas e teosóficas e suas eminências, como Helena P. Blavatsky, que estudou e divulgou amplamente o tema.
Chegamos finalmente a um atual "momentum vibracional" evolutivo planetário, muito parecido com o que existia em terras Atlantes na ocasião sua decadência, tanto em termos da baixa energia referente a dor, sofrimento, violência, moral, geradas pela humanidade, como aspectos cósmicos e fenômenos de natureza extraterrestre. Um novo Salto Evolutivo está às nossas portas. Um novo Céu, uma nova Terra e uma nova Jerusalém! Quem sabe uma nova e melhor Atlântida?

As quatro verdades de Sidarta Gautama

1ª Verdade: A dor

O mundo é o reino do sofrimento e a nobre verdade que conduz ao sofrimento é esta:

  • A velhice é sofrimento,
  • a doença é sofrimento,
  • a morte é sofrimento,
  • estar ligado ao que se detesta é sofrimento,
  • estar separado do que se ama é sofrimento,
  • não se realizar o que se deseja é sofrimento.

2ª Verdade: A origem da dor

Demonstra a origem da dor
O desejo que nasce da ignorância é o desejo que conduz de renascimento em renascimento, acompanhado da avidez, da sede de existência ou da impermanência (instabilidade, inconstância).
Segue, com a produção continuada, a dependência das origens, o encadeamento das causas e efeitos, assim:

  • Da ignorância surgem as formações,
  • das formações surge o conhecimento,
  • do conhecimento surgem os nomes e os corpos,
  • e isto é a essência da própria individualidade,
  • dos nomes e dos corpos surgem os domínios,
  • isto é, os seis sentidos,
  • do domínio surge o contato,
  • do contato surge a sensação,
  • da sensação surge o desejo,
  • do desejo surge o apego à existência,
  • do apego à existência surge a própria existência,
  • da existência surge o nascimento,
  • do nascimento surge a velhice e a morte.

São as doze Nidânas.

3ª Verdade: A destruição da dor

Aponta os meios de destruir a causa do desejo, ou mais claramente, a própria dor, em si mesma, aniquilando e suprimindo a própria existência.
Essa supressão não se assemelha a um suicídio.
É a realização da "nobre libertação", que significa, o homem poder despedaçar as algemas que o prendem ao círculo do nascimento, mortes e renascimentos sucessivos, origem de todas as misérias desta vida.

Tal possibilidade está na 4ª Verdade.

4ª Verdade: O caminho que conduz à destruição da dor

É o nobre caminho das Oito Sendas:

  1. Fé perfeita,
  2. Vontade perfeita,
  3. Palavra perfeita,
  4. Ação perfeita,
  5. Meios de existência perfeitos,
  6. Aplicação perfeita,
  7. Memória perfeita,
  8. Meditação perfeita.

  • Se tem a Fé perfeita, não terá os horrores da incerteza.
  • Se tem a Verdade perfeita, não o alcançarão as misérias da fraqueza.
  • Se tem a Palavra perfeita, não molestará com linguagem venenosa.
  • Se tem a Ação perfeita, não ofenderá com o gesto inconsequente.
  • Se tem a Profissão perfeita, não pertubará a existência do próximo.
  • Se tem a Aplicação perfeita, colherá resultados perfeitos.
  • Se tem a Meditação perfeita, criará pensamentos puros.

Tal prática Aniquila o Karma, isto feito, extingue-se a concepção.

  • Pela prática do nobre caminho das Oito Sendas aniquila-se o Karma,
  • aniquilando-se o Karma, extingue-se a Concepção,
  • extinta a Concepção desaparecem o Nome e a Forma,
  • extintos o Nome e a Forma, não existem Domínios,
  • não havendo Domínios, cessam os Contatos,
  • não havendo Contatos, não há Desejos,
  • sem Desejos, desaparece o apego à Existência,
  • e com isto, não há razão para o Nascimento,
  • não havendo Nascimento, não haverá mais Velhice e Morte.

Isto feito, rompe-se a cadeia das causas e efeitos, e o homem alcança a Libertação, objetivo do Budismo.

A Lei do Karma

  • O Mal que me fazes não me faz Mal,
  • o Bem que eu faço me faz Bem,
  • o Mal que eu fizer me fará Mal.

Meu nome é Stephen Hawking

Sob o signo de Galileu

Nasci em 8 de janeiro de 1942, extamente 300 anos depois da morte de Galileu. Calculo, entretanto, que naquele mesmo dia nasceram outras 200.000 crianças e desconheço se alguma se interessou por Astronomia. Vim ao mundo em Oxford, embora meus pais morassem em Londres. Era um bom lugar para se nascer durante a Guerra, graças ao acordo pelo qual os alemães se comprometiam a não bombardear Oxford nem Cambridge se os britânicos respeitassem Heildelberg Göttingen (essas cidades são sedes de grandes Universidades). Foi uma pena que esse tipo de pacto civilizado não se estendesse a outros lugares.

Meu pai era de Yorkshire, de uma família arruinada neste príncipio de século e, mesmo assim, conseguiu envia-lo para Oxford para estudar Medicina tropical. Minha mãe nasceu em Glasgow, Escócia, e, como meu pai, pertencia a uma família de poucos recursos. Apesar disso ela também pôde ir para Oxford. Ao sair de lá teve vários empregos, entre eles de fiscal fazendária. Mas ela não gostava daquele mundo e o deixou para se tornar secretária. Foi assim que conheceu meu pai, nos primeiros anos de guerra.

Eu era um menino bastante normal, lerdo para aprender a ler e muito interessado em como funcionavam as coisas. Na escola nunca estive entre os primeiros da classe (era uma turma brilhante). Quando eu tinha 12 anos, um amigo apostou com outro um saco de caramelos como eu não seria nada na vida. Não sei se a aposta foi paga ou, caso tenho sido, quem foi o ganhador.

Oxford apático

Meu pai queria que eu estudasse Medicina. Para mim, a Biologia era muito descritiva e não suficientemente fundamental. Eu preferia estudar Matemática e Física. De sua parte, meu pai achava que a Matemática não tinha outra saída que não fosse o ensino, e por isso me fez estudar Química e Física. Além do mais, ele pretendia que eu me matriculasse no mesmo centro que ele, a Universidade de Oxford. Mas lá não se ensinava Matemática naquele tempo. Quando chegou o momento, em 1959, ingressei na dita instituição para estudar Física, o que realmente me interessava.

A maioria dos meus companheiros tinham feito serviço militar e, portanto, eram maiores de idade. Durante o primeiro ano e parte do segundo me sentia sozinho. Até o terceiro ano não me senti a vontade. Na Oxford daquela época , a atitude predominante era a do antitrabalho. Supunha-se que se deveria ser brilhante sem fazer nenhum esforço ou aceitar as próprias limitações e conseguir um título de quarta categoria. Esforçar-se para obter uma qualificação melhor era considerado medíocre, a pior palavra no dicionário oxfordiano.

Naquele tempo os cursos de física de Oxford estavam enfocados de tal forma que era fácil evitar o trabalho. Tive de fazer um exame médico para entrar na Universidade e não voltei a ser examinado outra vez até o final do curso, três anos depois. Segundo meus cálculos, devo ter estudado umas mil horas durante esse período, uma hora por dia em média. Não tenho orgulho de ter trabalhado pouco, simplesmente descrevo minha atitude de então, compartilhada pela maior parte de meus colegas: apatia diante de tudo e sensação de que nada valeria a pena se fosse necessário esforçar-se por alguma coisa.

Crônica de uma morte sonhada

Pouco depois de fazer 21 anos entrei no hospital para fazer alguns exames. Extraíram uma amostra de tecido muscular de meu braço, me colocaram eletrodos e me injetaram um líquido de contraste em minha coluna para observar, por meio de raios x, como ela subia e descia ao se inclinar a cama. O diagnóstico foi esclerose lateral amiotrófica, ou doença dos motoneurônios como era conhecida na Inglaterra

Ao saber que tinha uma doença incurável, que provávelmente me levaria a morte em poucos anos, sofri uma comoção. Como isso podia ter acontecido comigo? Naquela época meus sonhos eram bastante perturbadores. Antes que diagnosticassem minha enfermidade cheguei a ficar aborrecido com a vida. Parecia nada valer a pena. Porém, pouco depois de sair do hospital sonhei que iam me executar. De repente, compreendi que se eu fosse indultado poderia fazer muitas coisas interessantes. Na raiz da minha doença cheguei a uma conclusão: quando temos que enfrentar a possibilidade de uma morte prematura, nos damos conta de quanto vale a pena viver.

O sentido da vida

Parecia não ter sentido continuar com minhas pesquisas, pois não esperava viver o bastante para terminar o doutoramento. Com o passar do tempo, a indolência recuou. Comecei a entender a relatividade geral e a progredir em meus estudos. No entanto, o que me fez progredir foi meu compromisso com uma mulher chamada Jane Wilde. Ela me deu uma razão para viver e me fez entender que tinha de conseguir um trabalho se queríamos nos casar.

Meu pedido para fazer pesquisa em Cambridge foi aceito, embora tenha me decepcionado ao saber que meu orientador não seria Fred Hoyle e sim um desconhecido chamado Dennis Sciama. Tanto um quanto o outro acreditava na teoria do estado estacionário, segundo a qual o Universo não teria princípio nem fim no tempo. No final a mudança de orientador resultou muito gratificante. Hoyle viajava sem cessar ao exterior, e era provável que eu o visse muito pouco. Sciama, ao contrario, estava sempre a mão, e sua presença era estimulante, ainda que freqüentemente não compartilhasse de suas idéias. Assisti ao seminário no qual se anunciou a existência dos pulsares (estrelas que emitem pulsos regulares de rádio, e parecem uma mensagem cifrada, daí a piada que seria mensagem de extraterrestres). A sala estava enfeitada com homenzinhos de papel. Os primeiros quatro pulsares foram batizados de LGM I, II, III e IV. LGM é a sigla em inglês para little green men, pequenos homens verdes.

No princípio foi a singularidade

As observações das galáxias remotas indicam que elas estão se afastando de nós. O Universo está em expansão. Isto quer dizer que os astros tinham de estar mais juntos no passado. E aqui surge uma questão: Houve um tempo em que as galáxias estiveram reunidas todas num só ponto, e que a densidade do Cosmo era infinita? Ou houve uma fase prévia de contração na qual as galáxias evitaram se chocar? Talvez tenham passado uma do lado da outra em grande velocidade e em seguida começado a se distanciar. Para responder a essas perguntas eram necessárias novas técnicas matemáticas. Estas, em sua maior parte, foram desenvolvidas entre 1965 e 1970 por Roger Penrose e por mim mesmo. Nós as utilizamos para demonstrar que se a teoria da relatividade estava certa, deveria haver um estado de densidade infinita no passado. Esse fenômeno é conhecido como a singularidade do Big Bang e constituiria o princípio do Universo. Diante dele todas as leis conhecidas da ciência viriam abaixo. Isso significaria que, se a relatividade geral está correta, nós cientistas não poderíamos deduzir como começou o Cosmo.

Buracos negros e espaguetes

Cair num buraco negro se transformou num dos horrores comuns da ficção científica . Porem, os buracos negros já podem ser considerados realidades científicas. Como é lógico, os escritores de histórias fantásticas somente se interessam se você despencar num deles. Uma idéia muito difundida é que se o buraco negro tem um movimento rotatório, você pode entrar num pequeno vazio de espaço-tempo e sair em outra região do Universo. Obviamente, isso abre enormes possibilidades de viagens pelo Cosmo. Com efeito, necessitamos de algo assim para poder visitar outras estrelas, para não dizer outras galáxias. Do contrário, já que nada pode viajar mais rapido que a luz, um périplo de ida e volta para a estrela mais próxima duraria oito anos. Esqueçamos os fins de semana em AlfaCentauro. Por outro lado, se pudéssemos passar através de um buraco negro, reapareceríamos em qualquer lugar do Universo. Assim, não fica muito claro como conseguiríamos chegar ao nosso destino: seria o mesmo que planejar férias em Virgem e acabar na nebulosa do Caranguejo.

Sinto ter que desiludir o turista galático do futuro, mas as coisas não são assim: se saltasse dentro de um buraco negro, você ficaria em pedaços e seria esmagado até não restar nenhum sinal. Apesar disso, as partículas que foram do seu corpo, seriam transportadas, de certo modo, para outro mundo. Não sei se isso serve de consolo a alguém que é convertido a espaguete no interior de um turbilhão espacial.

O astronauta reciclado

Uma noite depois do nascimento da minha filha Lucy, comecei a pensar nos buracos negros enquanto me preparava para dormir. Devido a minha incapacidade física, essa simples rotina se convertia num processo bastante lento. Por isso dispunha de bastante tempo. De repente, compreendi que a área do horizonte de eventos (a superfície que delimita o buraco negro) sempre aumenta com o tempo. O aumento dessa zona fronteiriça indicava que o buraco negro possui entropia, medida do nível de desordem, logo tem temperatura, então deveria emitir radiação, mas o buraco negro não emite nada.

A relatividade geral é considerada uma teoria clássica. Pressupõe um caminho único definido por cada partícula. Porém segundo a outra grande teoria do século XX - a mecânica quântica -, existe um elemento de probabilidade e incerteza. Durante o tempo que visitei Moscou, em 1973, discuti com Yakov Zeldovich, o pai da bomba de hidrogênio soviética, o efeito da mecânica quântica sobre os buracos negros. Pouco depois fiz meu achado mais surpreendente. Descobri que as partículas se filtrariam através do horizonte de eventos e escapariam do buraco negro. Contei isso primeiro a Sciama e logo me dei conta que o segredo não era mais segredo. Roger Penrose me ligou durante um jantar de aniversário. Estava tão entusiasmado e falou tanto que minha comida esfriou.

Eu ainda não acreditava totalmente. Convenci-me que os buracos negros emitem radiação quando encontrei o mecanismo que podia fazer isso acontecer. Segundo a mecânica quântica, o espaço está cheio de partículas e antipartículas virtuais que de forma constante se materializam em dupla, se separam, logo voltam a se juntar e se aniquilam. Na presença de um buraco negro, pode ser que uma das partículas caia no seu interior e deixando a outra sem companheira para destruir. A partícula abandonada constitui a radiação emitida pelo buraco negro. A mecânica quântica admite que uma partícula escape dessa terrível garganta galáctica, coisa que a teoria da relatividade não permitia.

Einstein nunca aceitou a mecânica quântica devido a seu componente de improbabilidade e incerteza. Ele dizia: "Deus não joga dados". Parece que o gênio alemão estava duplamente equivocado. Os efeitos quânticos dos buracos negros sugerem que Deus não apenas joga dados como as vezes os tira de onde ninguém pode vê-los. Todas essas descobertas nos têm mostrado que o colapso gravitacional não é tão definitivo como pensávamos. Se um astronauta cair numa garganta galáctica será devolvido ao Universo em forma de radiação. Nesse sentido pode-se dizer que o astronauta será reciclado.

Cada vez mais sereno

Até 1974 podia comer, sentar e levantar sem ajuda. Jane foi capaz de cuidar de mim e criar dois filhos sem ajuda de ninguém. Mas as coisas estavam ficando cada vez mais difíceis e decidimos que um dos meus estudantes viria morar conosco.

Tempo real e tempo imaginário

Meu interesse pela origem do Universo se reavivou em 1981, quando assisti a uma conferência sobre cosmologia no Vaticano. Depois, o papa João Paulo II, que ainda estava se recuperando de um atentado contra sua vida, concedeu-nos uma audiência. Ele nos disse que era correto estudar a evolução do Universo depois do Big Bang, porém não devíamos indagar sobre a Grande Explosão em si, pois esse foi o momento da criação, e portanto, obra de Deus. Alegrei-me por ele não saber o tema de minha conferência: a possibilidade de o espaço-tempo ser finito, mas sem fronteira, o que significaria que não tinha havido um começo. Em meu trabalho As condições de fronteira do Universo, eu sugeria que o espaço e o tempo eram finitos em extensão, porém estavam encerrados em si mesmos, sem limites, da mesma forma que a superfície da Terra é finita ainda que não tenha fronteiras. Em nenhuma das minhas viagens consegui cair na borda do mundo.

Na época da conferência do Vaticano não sabia como utilizar essa idéia para fazer previsão sobre o comportamento do Universo. Entre 1982 e 1983 trabalhei com meu amigo e colega Jim Hartle, da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, e demonstramos como utilizar o conceito da inexistência de fronteiras para calcular o estado do Cosmo em uma teoria quântica da gravidade. Se a proposta da ausência de limites for correta, não haveria nenhuma singularidade e as leis da ciência seriam sempre validas, inclusive a do começo do Universo. Tinha conseguido realizar minha ambição de descobrir como tudo começou. Ainda assim, continuo sem saber por que o fiz.

Para falar de nossas origens, necessitamos de leis que possam ser válidas em qualquer estado. No tempo real só existem duas possibilidades: que este se prolongue para trás, no passado, para sempre, ou que tenha um princípio. Pode-se então imaginar uma linha que vá do Big Bang ao Big Crunch (o colapso final do universo). Mas também pode-se considerar outro sentido do tempo, em ângulo reto ao tempo real. É a chamada direção imaginária. Não há por que haver uma singularidade que constitua um começo ou fim para o Universo. O espaço não seria criado nem destruído. Talvez o tempo imaginário seja o autêntico tempo real e o que chamamos tempo real seja um produto de nossa imaginação.

Um lugar para Deus

A maioria das pessoas acredita que Deus permite a evolução do Universo de acordo com um conjunto de leis, sem precisar intervir nele. Mas continuaria sendo assunto divino dar corda ao relógio e escolher o momento de faze-lo funcionar. Se o Universo teve um começo. pode-se dizer que teve um criador. Porém, se o Cosmo, com efeito, se contém em si mesmo, há lugar para um sumo Criador? Em certa ocasião, Einstein perguntou: "Que grau de deliberação teve Deus na gênese do Universo?". Se a proposta da ausência de limites estiver correta, ele não teve nenhuma liberdade para escolher as condições iniciais. Só pôde escolher as leis que regeriam sua obra magistral.

De fato, é possível que não tenha havido tal determinação. Na realidade, pode ser que exista somente uma teoria unificada que permita a existência de estruturas tão complicadas como os seres humanos, indivíduos capazes de investigar as leis do Universo e questionar sobre a natureza